terça-feira, novembro 10, 2009

Porque Griffith foi dos maiores...

Griffith foi, obviamente, dos maiores visionários que o Cinema alguma vez teve. Quem mais faria destas coisas (destas coisas = aquilo que, por exemplo, coloco mais abaixo no post) quando o Cinema ainda estava no seu início? Griffith estabeleceu o Cinema como meio de esplendor visual, sim, mas atreveu-se a acima de tudo a estabelecer o Cinema como um meio de contar histórias. E realmente, mesmo hoje em dia a magia deste génio é inegável.

Isto tudo para ter uma desculpa de aqui colocar esta grande pérola. Poucos criariam em tão poucos minutos tanta beleza.

sábado, agosto 15, 2009

Obra-Prima


Será certamente dos melhores filmes do ano. Perfeito em todos os aspectos: visualmente magnífico; genialmente cómico (tem alguns dos mais inspirados momentos de humor que veremos este ano); sequências de acção ensaiadas e criadas na perfeição (aquele climax final é do melhor que até agora se viu em termos de cinema de acção); e, acima de tudo, personagens humanas (mesmo que não o sejam literalmente), com conteúdo, com as quais nos comovemos e sentimos uma verdadeira ligação.

Ah, e uma nota para a banda-sonora de Michael Giacchino. Espectacular.

A Pixar não desilude, e temos aqui um dos seus melhores filmes. Absolutamente brilhante.

sábado, julho 18, 2009

Harry Potter e a Estagnação Artística




Ora aqui está. O sexto dos sete filmes do jovem feiticeiro (que agora já não é assim tão jovem) mais famoso do planeta.

E ao sexto filme, nada mudou verdadeiramente. A realização continua académica, o elenco jovem continua sem grandes dotes de interpretação e realmente Deus nos valha aquele elenco veterano (todos estão espectaculares, mas de facto Alan Rickman merece uma menção especial... mas, como disse, todos estão espectaculares), os efeitos visuais continuam óptimos, a fotografia (belíssima, sem sobra de dúvida...) e a banda-sonora também, e o filme tecnicamente é exemplar. Mas em termos narrativos, em termos interpretativos, em termos, vá, artísticos, não há qualquer tipo de evolução e o filme não se destaca particularmente. E, no final, este acaba por apenas mais um filme da saga, apenas o sexto de sete. E é triste verificar que, tão perto do final da saga, não há qualquer tipo de evolução. A história do jovem Potter continua bastante recomendável (para quem aprecia), sim. Mas não muito mais que isso.

O nível de qualidade mantém-se neste sexto filme. Mantém-se, não evolui. E, após tantos anos a aturar esta saga, talvez se devesse esperar o contrário.

Satisfaz, sem dúvida. Mas não mais que isso.




E, numa outra nota, avaliando o filme não como filme mas antes como adaptação... será que não podiam levar o material base um pouco mais a sério e cortarem com o romance juvenil para se concentrarem em coisas que, nas obras, são infinitamente mais importantes? As memórias de Dumbledore, a história de Snape... porque não cortar com os romances que no geral não levam a lado nenhum para conseguir uma maior concentração nos fios narrativos que realmente importam? Enfim... de qualquer das maneiras, se visse estes filmes como adaptações e não como filmes, teria parado logo no primeiro.

A minha crítica pode ser lida aqui.

quarta-feira, julho 08, 2009

A enorme revelação de Transformers




A grande revelação do novo filme Tranformers (o segundo de mais uns quantos que hão-de fazer, certamente), a grande reviravolta que choca o espectador, surge não durante o filme em si, mas antes nos créditos finais, quando o espectador descobre chocado que foram necessárias três pessoas para escrever este argumento, que tem tanto de idiota como de incoerente. A trama é simples, idiota, e o filme em si é o blockbuster mais banal e superficial que veremos este Verão. Visualmente espectacular (ainda assim, o primeiro impressionou mais...), mas absolutamente oco em todos os outros aspectos. Diverte quem quer desligar o cérebro (como foi o meu caso). Desligado mas mesmo bem desligado...

sábado, junho 06, 2009

Filmes que não existem mas que eu iria ver ao cinema




Ohh sim, eu iria ao cinema a correr para ver isto...

Noutras notícias... não, o Cinefolia não se tornou num blogue só de vídeos. Os posts de escrita seguirão em breve.

sábado, abril 25, 2009

Momento hilariante do dia V

Se o Matrix tivesse o Windows XP como sistema operativo...

quarta-feira, março 25, 2009

Primeiro trailer de Where the Wild Things Are

Trailer espectacular... mas também com aquela música...



Não li o livro (tratarei disso em breve). Mas tenho grandes expectativas.

sexta-feira, março 20, 2009

BD monumental, bom filme



Ora bem... não gostei de 300. Visualmente não é assim tão espectacular (tem um ou outro momento, sem dúvida), e a trama é, no mínimo, superficial. Não digo que se pudesse fazer muito mais com o material base (a BD funciona muito bem como BD, mas como filme...), mas, ainda assim, achei um filme fraco.

Ainda assim, dado o amor de Zack Snyder por Watchmen, e dado o facto de ser um realizador com uma interessante componente visual (ok, aquela batalha à-la-videojogo do 300 é realmente única...), talvez não existam muitos outros realizadores que pudessem ter feito uma boa adaptação de Watchmen. Por isso, não fui contra a sua escolha como realizador. De facto, foi até uma boa escolha. As expectativas para o filme eram, portanto, algo elevadas.

Indo directo ao assunto: Watchmen é das maiores obras literárias que já tive o prazer de ler. É incrível do início ao fim, absolutamente perfeita, e é provavelmente das maiores obras artísticas que verei até hoje. Nada mais a dizer.

Watchmen, o filme, já é outra história.

Fazer uma adaptação de uma... de uma "coisa" como esta BD não é tarefa fácil. A quantidade de história existente por trás de cada personagem, o próprio número de personagens... é uma tarefa difícil. E, no geral, os fãs podem ficar descansados (eu estou, pelo menos). A adaptação de Snyder é, pelo menos, minimamente fiel ao original. Há cenas que parecem saídas da BD, há músicas que quando ali aparecem mostram realmente um enorme amor ao material base, e há diálogos que encantam qualquer um que os leu na obra. E há The Comedian e Rorschach, que parecem saídos da BD directamente para o ecrã... simplesmente espectaculares (e o resto do elenco também não está nada mau).

Mas há personagens que infelizmente também não estão assim tão desenvolvidas, há gente supostamente normal a partir paredes e a fazer kung-fu, e há uma realização que se parece preocupada em apenas colocar ali todas as cenas do comic... colocá-las de forma inspirada, já é outra coisa que não parece ter importado muito a Snyder.

Há falhas de tom enormes, há um final apressado que não foi, de forma alguma, mostrado, realizado, ou interpretado da melhor forma... vale pela ambiguidade presente no comic, mas em termos visuais, em termos emocionais... tudo isso está perdido no filme. Mas há ali a ambiguidade moral... pelo menos isso.




É no geral uma boa adaptação. Tem realmente as suas falhas... mas talvez num filme desta duração (perto de três horas... soa muito, mas tendo em conta o material base...), não se pudesse fazer muito mais. E há o interesse comercial, claro. Homens e mulheres normais que partem paredes e fazem aqueles golpes de luta? Irreal, mas há que ali pôr mais cenas de acção. Enfim, é para apaziguar os adolescentes. A alma simples e humana das personagens está lá, mesmo que as cenas de acção não a transmitam... Mas são ainda assim boas de acção que, apesar de tudo, poderiam ter ido ainda mais contra o espírito das personagens. E o espírito visual está lá... com muitos toques à Zack Snyder, mas está lá.

Há cenas em Watchmen que são realmente muito boas. Há cenas em Watchmen que realmente poderiam ter sido melhores. Há coisas de Watchmen, o comic, que poderiam ter sido mais aproveitadas para Watchmen, o filme (digam o que disserem, sou da firme opinião de que o final do comic poderia ter sido muito facilmente melhor adaptado ao filme... e a realização deveria ter sido mais inspirada, mais calma, mais expressiva em determinadas alturas). Mas reconhece-se ali as personagens do comic. Sente-se ali muitas vezes o tom do comic. E, apesar das suas falhas, Watchmen é um bom filme. E uma boa adaptação.

Ah, e a banda-sonora é notável, e tem escolhas verdadeiramente brilhantes (perfeito uso da música de Phillip Glass e de Simon e Garfunkel, por exemplo). Mas por favor... aquela foi provavelmente a pior cena de sexo do cinema contemporâneo. Aquela música do Leonard Cohen numa cena daquelas? Enfim...

Watchmen, o filme, vale a pena ver numa sala de cinema. Watchmen, o comic, é o que é (a sério, é mesmo assim tão bom).

sábado, março 14, 2009

Momento Hilariante do Dia V

Retira-se uma letra e...



Ou então muda-se uma e...



Muitas mais destas preciosidades aqui. Espectacular.

sábado, fevereiro 28, 2009

Slumdog Millionaire




É de uma gigantesca profundidade? Não. É espantosamente original? Não. Consegue evitar um certo grau de foleirice (que se perdoa bem) nas linhas de diálogo finais? Não. É uma Obra-Prima? Não.

Mas é optimista, sonhador, bem realizado, energético, por vezes de tom negro na forma como efectivamente mostra uma determinada realidade social, com bons jovens actores, boa banda-sonora e consegue tocar o espectador e pôr-lhe um enorme sorriso na cara.

Dos três filmes nomeados ao Óscar de Melhor Filme que vi (este, Benjamin Button e The Reader), Slumdog Millionaire é a meu ver o que de longe mais merecia o prémio. E, felizmente, o que o recebeu (juro que se o Benjamin tivesse ganho teria partido o ecrã da TV).

Não é um filme perfeito, não é um filme de génio, mas é optimista, sonhador, inocente. Óptimo trabalho de Boyle, num filme que me conseguiu pôr um sorriso estúpido na cara, um sorriso daqueles que só aparecem quando se fica realmente feliz por vermos num ecrã gigante coisas boas acontecerem a personagens de ficção de que gostamos muito.

Slumdog Millionaire é bom. É muito bom.

E não digo nada sobre a crítica do Luís Miguel Oliveira porque se o fizesse o João Lopes ainda fazia um "A crítica e as suas merdas (5000)". E essa sua demanda em tom condescendente e repetitivo já me irritou o suficiente. Eu até sou leitor do Sound+Vision... mas haja paciência.

terça-feira, fevereiro 24, 2009

"You commie, homo-loving sons-of-guns"

















Não vi ainda "Milk", tal como não vi ainda "The Wrestler". Acredito que ambas as interpretações sejam espectaculares, tanto a de Penn como a de Rourke, mas o segundo devia ter ganho o Óscar por uma simples razão: Sean Penn voltará certamente àquele palco; Rourke provavelmente não. A carreira de Penn é estável e louvável, a de Rourke é deprimente e o reflexo de um actor que se perdeu algures para apenas agora voltar a ser recuperado. Muito bem lhe teria feito este Óscar. Penn certamente dará muitas mais grandes interpretações... tal é mais duvidável no caso de Rourke, não pelo talento do actor, mas antes pelas oportunidades que lhe são dadas.

Foi a minha desilusão da noite. De resto, de surpreendente talvez apenas o facto de "Valsa com Bashir" não ter ganho, sendo o prémio antes entregue ao relativamente desconhecido "Departures". "Slumdog Millionaire" foi, como muito se esperava, o vencedor. Tal como Ledger, Cruz, e Winslet (o seu discurso foi facilmente dos mais belos da noite). Jackman esteve bem, mas subaproveitado. O homem é, além de um óptimo actor (The Fountain), um óptimo entertainer.

A surpresa que mais desejava apesar de saber ser impossível? O Óscar de Melhor Realizador para Van Sant teria feito a minha noite. Teria mesmo, mesmo feito a minha noite. Enfim, talvez fique para a próxima, quando este voltar a fazer um filme mais mainstream daqueles que a Academia gosta de premiar. Se for sobre homossexuais, política, ou a degradação de um qualquer país estrangeiro, terá o Óscar ganho.

Os Óscares valem pelo espectáculo (e o deste ano teve realmente belos momentos... mas, como já disse, deviam ter dado mais tempo de antena a Jackman) e pelo prazer de ver ocasionalmente artistas de que realmente se gosta a receberem um prémio desta dimensão. Mas acho curioso que, mesmo sem ter visto grande parte dos nomeados e sem ter uma ideia definida sobre a sua qualidade como obras cinematográficas, acerte sempre nas categorias mais importantes.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Top 2008

Muito atrasado, e com enormes falhas (muitos filmes que não vi...), mas cá está ele:


11 - Joy Division
10 - The Happening
9 - Sweeney Todd

8 - REC

7 - Atonement

6- The Dark Knight
5 - Wall-E

4 - Speed Racer
3 - Into the Wild
2 - Hunger



1 - Haverá Sangue


Muitos filmes ficaram por ver... mas como não quero pôr aqui o Top em Junho ou por volta disso...

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Desilusão



O Estranho Caso de Benjamin Button é um filme enormemente desiquilibrado, uma obra menor de David Fincher. Em duas horas e quarenta minutos de filme, a primeira hora é interessante; a segunda hora é desinteressante e nada mais que uma tentativa de criar uma qualquer fábula, com várias personagens atiradas para a história sem que tenham grande interesse e um romance mal criado e desenvolvido (Pitt e Blanchett não têm muito que fazer no geral); e os últimos quarenta minutos são fabulosos e emocionalmente poderosíssimos. Está obviamente bem filmado, ainda que visualmente não seja particularmente original (mas aqueles efeitos de enveçhecimento e rejuvenescimento...). Tecnicamente bem conseguido, sem dúvida.

Mas apesar de momentos lindíssimos, Fincher não tem mão para a história, e o resultado é, como já disse, um filme terrivelmente desiquilibrado.

Ou seja... O Estranho Caso de Benjamin Button não é necessariamente um filme mau (e não é, de facto). Apenas se encontra bem longe do que seria de esperar. Filme menor de um realizador dotado.

Mas realmente tem ali uns belíssimos quarenta minutos...

Crítica propriamente dita aqui.

domingo, janeiro 11, 2009

19 anos. Estou velho.




No ano passado, disse que agora já podia tirar a carta, ser preso, e casar-me. No último ano não fiz nenhuma dessas três coisas (mas começo a tirar a carta na próxima semana, que realmente faz muita falta...). Faço hoje 19 anos. Mudou muita coisa claro (mas continuo a usar imagens de filmes do Myiazaki nestes posts, já que tais filmes evocam ainda o mesmo sentimento de inocência que há tantos anos me transmitem), nem que seja pelo simples facto de agora estar na faculdade, e etc etc. Mas foi apenas mais um ano de vida.

E raios, tenho quase duas décadas de existência. Começo a ficar velho. Agora imaginem lá como vou ficar quando fizer 29...

Para o ano já faço 20. Raios. Já me sentia um idoso o suficiente por dizer às pessoas que o meu filme favorito é dos anos 40, e ainda mais por dizer que em pequeno adorava ver o Knight Rider na TVI (mas não em brasileiro!)... e agora já tenho quase duas décadas de vida,

Que venham mais filmes, concertos, e com sorte mais experiência de vida, que acaba por ser isso que mais faz falta e que a arte acaba também por proporcionar.

E com sorte no próximo ano já vou poder dizer que daquelas três actividades (ser preso, casar-me, e tirar a carta de condução) uma delas já fiz!

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Prenda de Natal atrasada para os admiradores de Ritchie...




RocknRolla, o primeiro grande filme de entretenimento do ano que acabou de começar, é uma bela prenda por duas razões. A primeira é porque este é, de facto, um belo filme, óptimo entretenimento, efectivo em todas as suas vertentes, um filme com um estilo muito característico (e por estes lados muito adorado); a segunda é porque este é o regresso de Guy Ritchie que era esperado. Um filme digno do homem que fez Snatch. Um filme que mostra todo o talento de Ritchie na criação dos seus universos tão particulares, usando partido dum óptimo elenco, duma óptima banda-sonora, e dum belo argumento. Não é tão bom quanto o Snatch, mas é grande entretenimento... para os fãs do realizador. Por mim, gostei. Muito. E agora que venham mais, já que parece que o homem voltou a recuperar a inspiração. RocknRola vale a pena. Vale muito a pena.

Nem que seja pela excelente banda-sonora, que até lá usa uma música do grande Lou Reed!

Crítica propriamente dita aqui.

Feliz ano novo a todos!