sábado, julho 28, 2007

O poder/simbolismo de uma imagem

A Lista de Schindler

sexta-feira, julho 27, 2007

Finalmente!






Após sabe-se lá quanto tempo à espera, "Blade Runner", a obra-prima de Ridley Scott, terá finalmente um lançamento em DVD digno. Serão lançadas uma edição de dois discos, uma de quatro discos, e uma de cinco discos (sendo esta última lançada naquela maravilhosa mala que está nas imagens de cima), além do lançamento de versões HD-DVD e BluRay.

A versão de dois discos terá a versão final do filme (aquela em que Scott tem andando a trabalhar durante anos), além de um complexo documentário (apelidado de "Dangerous Days: Making Blade Runner").

A versão de quaro discos terá tudo aquilo que a de dois dicos possui, e ainda mais três versões do filme ( a versão teatral, o Director's Cut, e a versão internacional), e ainda um disco repleto de featurettes e outros extras.

A edição de quinto discos terá, além daquela maravilhosa mala, a mítica WORKPRINT VERSION, uma lendária versão de "Blade Runner", considerada a mais diferente de todas as outras.

Tudo isto terá lançamento nos Estados Unidos a 18 de Dezembro, mas tendo em conta que este será muito provavelmente um lançamento mundial (tal como foi com o pack "Superman", e outros do género), é bem provável que seja lançado por cá nessa mesma data.

Além de tudo isto, a nova versão de "Blade Runner" (Final Cut) terá lançamento em algumas salas de cinema nos Estados Unidos, e será tambem mostrada no Festival de Veneza.

Mas que belas notícias. Após tanto tempo de espera, iremos ver finalmente uma edição DVD digna da qualidade, da importância, da magnitude desta obra-prima.

Mais informações (incluindo detalhes exactos acerca dos vários extras das várias edições) podem ser encontradas aqui: http://www.thedigitalbits.com/articles/br2007/announce.html

Eu bem queria colocar aquele link inserido na palavra "aqui"... mas as minhas capacidades de uso do Blogger ainda são algo limitadas.

quarta-feira, julho 25, 2007

Harry Potter e a Ordem da Fénix, de David Yates


Atribulada adolescência

"Harry Potter e a Ordem da Fénix" é a quinta adaptação dos famosos (e brilhantes, como eu já tantas vezes afirmei neste blog) livros de J.K. Rowling. Este é o quinto de sete filmes baseados em sete livros. E como é que são os filmes, comparados com os livros? Bem... os filmes são como os livros... com bastantes coisas cortadas, e com tudo a decorrer em fast-forward. Ou seja, nenhum dos filmes até agora conseguiu chegar sequer aos calcanhares do respectivo livro. No entanto, na minha opinião, estes filmes devem ser julgados tal e qual como aquilo que são: filmes. Ou seja, devemos julgá-los e analisá-los como obras cinematográficas, em vez de simples adaptações de obras literárias previamente criadas.
Assim sendo, posso afirmar que creio que todos os filmes conseguiram até agora manter um extremamente aceitável nível de qualidade. E o mesmo acontece com este "Harry Potter e a Ordem da Fénix", o mais negro e mais adulto dos cinco filmes até agora criados.

Agora com quinze anos, Harry Potter (Daniel Radcliffe) atravessa aquela atribulada fase da puberdade, tendo ao mesmo tempo de se preocupar com o facto de o Ministério da Magia não reconhecer que Lord Voldemort regressou. Na tentativa de impedir que Harry e Dumbledore (um hiperactivo e irritante Michael Gambon) convençam o resto da população de feiticeiros que Voldemort (um sempre agradável Ralph Fiennes) regressou de facto, é enviada para Hogwarts, com o objectivo de espiar/manter sob controlo o que se passa na escola, Dolores Umbridge (fantástica Imelda Staunton), que ocupa na escola o cargo de professora.

Daniel Radcliffe está igual a si mesmo (ou seja, suficiente apenas para transmitir à personagem a profundidade necessária para que o espectador se preocupe minimamente com aquilo que lhe acontece), e o mesmo se pode dizer acerca de Emma Watson (que faz de Hermione Granger) e Rupert Grint (que faz de Ron Weasley). De facto, neste filme nem Emma nem Rupert têm grande coisa que fazer, já que toda a história ocorre à volta de Harry e dos seus problemas hormonais (problemas esse que Rowling trata de uma forma exagerada no livro respectivo, criando assim o pior capítulo da saga). Tanto Ron como Hermione são apenas os amigos de Harry Potter... e nada mais.



Felizmente, temos Imelda Stunton num papel simplesmente fabuloso, que cria uma Dolores Umbridge fascinante e desagradável ao mesmo tempo, dando ao filme uma tão necessária magia que de outra forma este poderia não ter. Gary Oldman faz um belo papel como Sirius Black, o padrinho de Harry, e o maior mérito do filme é o facto de este conseguir mostrar a profundidade da relação entre ambos. Sirius revive em Harry a amizade que tinha pelo seu pai, James Potter, e Harry vê em Sirius a possibilidade de ter aquela família que nunca teve. A relação entre Sirius e Harry nunca tinha sido tão explorada como neste filme, e David Yates sabe exactamente como a desenvolver, comovendo o espectador com a relação entre este padrinho e o seu afilhado. É claro que é óbvio que este desenvolvimento ocorre apenas na tantativa de dar mais ênfase e poder a uma certa coisa que acontece numa certa parte do filme... mas ainda assim, é uma bela exploração destas duas personagens.

O filme tem todo ele um ambiente mais negro e mais adulto que os filmes anteriores, mas ainda assim não é uma obra tão conseguida como "Harry Potter e o Cálice de Fogo". David Yates não consegue dar a profundidade emocional necessária a um filme que é, à partida, todo ele sobre a adolescência e os seus múltiplos problemas. Ainda assim, a forma como Yates aproxima a história é minimamente interessante, e o filme consegue, tal como disse, manter um muito aceitável nível de qualidade. E, tendo em conta que do pior dos sete livros saíu um dos melhores filmes, não posso evitar ficar curioso em relação à forma como este realizador irá fazer a adaptação de "Harry Potter and the Half-Blood Prince", esse sim um livro verdadeiramente magnífico.

Mas por agora ficamos com este "Harry Potter e a Ordem da Fénix" que, apesar de não ser um grande filme (tal como nenhum deles o foi até agora), proporciona ainda assim uma bela ida ao cinema, divertindo e emocionando o espectador durante as suas duas horas e quinze minutos de duração (sendo, pois, este o mais curto dos cinco filmes... curiosamente baseado no maior livro da saga).



7/10

segunda-feira, julho 23, 2007

O fim de uma saga






"'Harry Potter,' he said, very softly. His voice might have been part of the spitting fire. 'The boy who lived'"

Há medida que era o primeiro da grande fila Na Bertrand do Centro Comercial Colombo (e só tive de esperar uma hora e vinte minutos para ser o primeiro!), ansioso pela meia-noite, sentia-me algo triste por saber que nunca mais poderia fazer isto. Não falo de ir às onze e tal para o Colombo para comprar um livro (foi a primeira vez que o fiz), mas antes de ansiar por saber como iria continuar a brilhante história criada por J.K. Rowling. Este "Harry Potter and the Deathly Hallows" seria o final de uma das mais populares (e, se me permitem, das melhores) sagas literárias do nosso tempo. O fim de uma história que eu adoro, o fim de uma viagem de dez anos (no meu caso não dez, mas aproximadamente uns seis ou sete) que começou com a primeira aventura deste joven feiticeiro, "Harry Potter and the Philosopher's Stone".
Restava-me esperar que este último capítulo fosse um final satisfatório para a saga.

E, de facto, "Harry Potter and the Deathly Hallows" é um final extremamente satisfatório. Na realidade, este pode até mesmo ser o melhor capítulo de toda a saga. É, sem dúvida, o mais adulto, o mais negro, o mais emocional. Todas as perguntas são respondidas, todas as personagens têm o seu destino traçado (sendo esse destino, em muitos casos, a morte... um tema abordado de uma forma brilhante e profunda por Rowling neste último capítulo). É uma conclusão maravilhosa para uma saga maravilhosa sobre crescimento, amadurecimento, e todas aquelas facetas misteriosas da natureza humana.

E agora que já desabafei, este blog voltará a entrar novamente em modo cinéfilo.

sexta-feira, julho 20, 2007

A razão pela qual me irei isolar do mundo nos próximos dois ou três dias...



Sendo eu um enorme fã desta saga, só largarei o livro depois de o ter lido. E assim chegará ao fim uma das mais belas sagas literárias que já tive (e que, muito provavelmente, jamais terei) o prazer de ler.
Lá estarei hoje à meia-noite para levantar a minha cópia.

E o mais recente filme nem é mau, mas isso fica para outra altura...

quinta-feira, julho 19, 2007

É impressão minha...

...ou eu sou a única pessoa no mundo (ou pelo menos do mundo cinéfilo) que não se rala minimamente com isto?



Vamos meditar no assunto. O trailer deste "Cloverfield" (ou "1-18-08", ou sei lá como é que se chama) está giro, sem dúvida nenhuma que está giro. Mas o trailer não diz absolutamente nada acerca do filme em si, e as únicas coisas que mostra são uma explosão engraçada e a cabeça da Estátua da Liberdade. Mas o impacto que este trailer teve na comunidade cinéfila deriva todo ele do facto de ter aparecido do nada, tendo sido lançado com o "Transformers" sem qualquer aviso prévio. Se tivessem feito o mesmo com o "Armageddon" (mostrando neste caso a população em pânico enquanto caía um ou outro meteorito) ou com o "The Day after Tomorrow" (mostrando neste caso... sei lá, ou tornados, ou tempestades de neve, ou algo do género), o impacto teria sido exactamente o mesmo. Mas, mesmo com este impacto, o "Armageddon" ou o "The Day After Tomorrow" não deixariam de ter sido aquilo que são: filmes mauzinhos.

Por isso eu pessoalmente vou esperar calmamente por um trailer que revele alguma coisa acerca da história do filme propriamente dita, ou por um pequeno resumo da premissa do filme.

Pessoalmente, não me ralo muito. Tendo em conta que é do J.J. Abraams, e depois daquela coisa irritante que foi o "Missão: Impossível 3"...

segunda-feira, julho 16, 2007

"Antes do Amanhecer"/"Antes do Anoitecer", de Richard Linklater





Essência da Juventude/Essência do Amadurecimento e, acima de tudo, Essência do Amor

"Antes do Amanhecer" e "Antes do Anoitecer", de Richard Linklater, são dois maravilhosos filmes (ou antes, um único filme, uma única história dividida em duas partes) sobre a profundidade que pode ser encontrada nos momentos mais simples. Um jovem americano (Jesse, interpretado por Ethank Hawke) e uma jovem francesa (Celine, interpretada por Julie Delpy) conhecem-se num comboio, e decidem passar o dia em Veneza, onde conversam sobre... enfim, sobre tudo aquilo que compõe a existência humana. Apaixonam-se, e quando se têm de separar, prometem voltar a encontrar-se seis meses depois naquela mesma estação. Esta é a história de "Antes do Amanhecer", um filme que retrata de forma perfeita o que é ser jovem, com todos os seus ideais e a sua ingenuidade e, acima de tudo, toda aquela paixão tão característica da juventude.
Mas o casal não se encontrou seis meses depois. Tal reencontro ocorre, no entanto, nove anos depois, quando o jovem americano (que agora já não é assim tão jovem) vai a Paris promover o seu novo livro... baseado na noite que passou com aquela francesa por quem se apaixonou. Reencontram-se, e passam o dia em Paris a pôr a conversa em dia, expondo um ao outro aquela perda de romancismo que tão inevitavelmente ocorre com o crescimento... e expondo, acima de tudo, o que sentem ainda um pelo outro.

"Antes de Amanhecer" e "Antes do Anoitecer" recriam de forma perfeita o ganho e a perda do amor e do romance. Enquanto que "Antes do Amanhecer" é um retrato perfeito do que é ser jovem (idealista, romântico, apaixonado...), "Antes do Anoitecer" é um filme mais maturo, um retrato perfeito do que é perder esses ideais, esses sentimentos que possuíamos quando éramos jovens. E os dois filmes são ainda uma maravilhosa história de amor. Por várias vezes, Jesse lamenta o facto de não se terem encontrado naquela estação deis meses depois. "A nossa vida poderia ter sido tão diferente", lamenta ele. Mesmo após nove anos, o amor que une os dois não desapareceu. Julie, por outro lado, está frustrada. Frustrada pelo sentimento de desilusão proveniente do facto de não se terem encontrado seis meses depois. Porque ambos sabem que o seu amor teria continuado... tal como sentem tentados a continuá-lo agora, nove anos depois.

O final de "Antes do Anoitecer" é algo abrupto, e sem dúvida aberto à interpretação. O final perfeito para esta história de amor, já que cabe ao espectador terminar ele próprio uma história que, no final, é tanto dele como do espectador... pois é impossível não nos sentirmos de certa forma retratados naquelas duas personagens, na sua paixão, nos seus idealismos, no seu crescimento. "Antes do Amanhecer" e "Antes do Anoitecer" acaba pois por não ser só uma simples história de amor, mas também uma maravilhosa fábula sobre existência humana.



10/10