segunda-feira, julho 07, 2008

O Coração da Imagem



Nunca houve nada como Speed Racer. É provável que jamais voltará a haver algo como Speed Racer. Os irmãos Wachowski fizeram aqui algo de verdadeiramente incrível, um filme único, uma verdadeira delícia visual, que prende o espectador do início ao fim com as suas constantes imagens em movimento, de uma energia e espectacularidade verdadeiramente notável. Mas aquilo que é talvez o mais notável em Speed Racer, aquilo que o torna o grande filme que é (será provavelmente dos melhores que verei este ano), é o facto de visualmente ser incrível, sim... mas a história tem um coração enorme. A corrida final tanto delicia os olhos como coloca o espectador a torcer pelo herói, comovendo-o com a sua história e as suas personagens. O visual é incrível, sim... mas também o é o coração desta maravilhosa história sobre a importância da família, o poder da arte acima da indústria, e a descoberta de objectivo pela qual passam todos os jovens. As suas personagens não sao simples "objectos", simples dispositivos feitos para dar uma história a um filme ao qual só interesa o visual. Aqui as personagens são, de facto, personagens... com profundidade, humanidade... e o visual do filme alia-se ao coração da história. Completam-se.

Speed Racer é, pois, tecnicamente magnífico (desde o bom trabalho de Hirsch até à bela banda-sonora de Giacchino), único (confirmação da mente visionária dos Wachowski... já mencionei que sou dos poucos que adorou toda a trilogia Matrix?), tem um grande e belo coração e é, quanto a mim, dos filmes que mais recordarei com afecto quando este ano cinematográfico tiver passado. Não sei se será o melhor blockbuster do ano (veremos no final do Verão... e ainda vamos ter o Wall-E...), mas será sem dúvida, no mínimo dos mínimos, o mais único e o mais ambicioso.

2 comentários:

Loot disse...

De toda a oferta não é daqueles que tenho mais vontade de ver, no entanto agora começo a ficar cava vez mais curioso até porque se é visualmente arrebatador valia a pena ir vê-lo ao cinema, pois em dvd não se deve comparar.

Abraço

Gonçalo Trindade disse...

Vale mesmo muito, muito a pena vê-lo num cinema... mas acho que é mesmo daqueles que ou se ama ou se odeia. O visual é mesmo diferente do normal, e o filme no geral é todo ele diferente de tudo o que já se viu. Eu pessoalmente adorei, mas percebo facilmente que outros não gostem mesmo nada :p

Um abraço!