E heis que as regras do género fantástico se começam a definir: atira-se para lá um jovem qualquer que parte numa aventura, adiciona-se uma profecia qualquer, e cria-se uma organização malvada (ou apenas um vilão ou uma vilã) que quer deter a criança. Já tivemos o Frodo, o Potter, os irmãos das Crónicas de Narnia, e agora temos a jovem Lyra. Mas enquanto que, à excepção do de Lyra, todos estes filmes anteriores se destacavam nem que fosse nalgum aspecto (seja os magníficos efeitos visuais da Weta, a interessante vertente emocional da história de Potter, ou... enfim, basicamente tudo na trilogia de Peter Jackson), "A Bússola Dourada" é banal em todos os aspectos. A história é previsível e nada interessante; os efeitos visuais não de destacam em comparação com o que se faz actualmente (ou com o que já se fez...); e os actores não têm grande coisa que fazer. Chris Weistz, o realizador, tinha desistido do projecto há alguns anos atrás por achar que este era simplesmente um filme demasiado complicado de fazer. Infelizmente, acabou por retomar o projecto anos depois... e o resultado chega agora.
A Bússola Dourada" é a adaptação do primeiro de uma trilogia literária escrita por Phillip Pullman. E se como filme é mau, como adaptação é ainda pior. Trata-se de uma simples banalização e simplificação de uma bela obra literária, tentando ao máximo copiar e seguir as tais regras que este género começa a criar. A história move-se a pontapé, as personagens parecem robôs, e nem mesmo a níveis mais técnicos o filme se destaca.
O que é que sobra? Enfim... a Nicole Kidman está magnífica como sempre, iluminando o ecrã sempre que aparece (pena é que não apareça assim tantas vezes...)... e os ursos polares estão engraçados. Mas isso em nada compensa um filme que parece ter sido todo ele feito por robôs, e que no espectador consegue apenas despertar um sentimento: o de apatia.
A Bússola Dourada" é, pois, nada mais nada menos que um desperdício de tempo e dinheiro.
3 comentários:
Ei gonçalo.
sabes que os trailers enganam muito. São umas coisas muito coloridas e depois vai-se a ver o filme, e literalmente esturra-se 5 paus... enfim...
estive à espera de dois filmes, deste e do stardust... bem o stradust com o robert de niro e a michel phifer aquilo havia de ser bom... ok é "engraçadote" ver um canastrão de tutu a dançar em frente ao espelho... coisa mais vazia...
Em relação a este nem fui ver. Decidi-me pelo Beowolf, com o Ray Winstone no papel de heroi. Bem foi giro, sou uma tonta por dramalhões dinamarqueses o que é que ei de fazer. E punha-se aqueles óculos para 3D e vê-se umas lanças e umas pedrinhas a saltar para cima da gente... não esteve mal de todo. Lá rendeu os 5 paus.
Fica bem gonçalo
Gostava de ver, mas ainda não tive tempo.
Yellowastronaut: O trailer deste pareia engraçado, mas o que me levou mesmo ao cinema foi:
a) Gostei bastante do livro e queria ver o que fizeram com a adaptação;
e b) foi num jantar em grupo, e no sítio não havia mais nenhum filme de jeito em exibição (maldito sejas, Odivelas Parque! Ahh se tivessem o Eastern Promises...).
Saí do filme bastante irritado. Simplesmente foi uma perda de tempo.
Queria muito ter visto o Beowulf em 3D, mas acabei por não o fazer. E se tu vais pelo Ray Winstone... eu ia pela Angelina Jolie :P. E para ter uma bela experiência 3D, já que o único filme que vi em 3D até hoje foi o Spy Kids (traumatizante...). O Stardust acabei por não ver, e estou agora calmamente à espera do DVD.
Blues: As opiniões dividem-se um pouco. Eu não gostei nada, mas já ouvi por aì muito boa gente a dizer que era dos melhores filmes do género dos últimos tempos (o Ebert adorou...). Dá-lhe uma olhadela e com um bocado de sorte hás-de ter uma opinião diferente da minha.
Um abraço a ambas!
Enviar um comentário