quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Oh raios...




É complicado fazer boas trilogias. É complicado manter um constante a bom nível de qualidade ao longo de três filmes. É por isso que trilogias como as de "Star Wars" (a original, claro...), a de "The Matrix" (sim, eu gostei muito!), ou a de "Lord of the Rings" têm um enorme valor. E, mais recentemente, a trilogia de "The Bourne Identity/Supremacy/Ultimatum" tornou-se em mais uma dessas trilogias. Todos os três capítulos são de uma enorme qualidade... particularmente o terceiro, "The Bourne Ultimatum", que foi como receber uma injecção de adredalina directamente no coração (além também de ser a melhor parte de uma magnífica história sobre uma ambígua e complexa personagem). E fazer um quarto filme seria um erro. A história está terminada, foi um óptimo final para a saga... porquê fazer mais? Será que precisamos mesmo de mais perseguições e câmaras que simplesmente não sabem ficar quietas? Não, não precisamos. Mas a Universal discorda.

E segundo este artigo, os executivos da Universal, Marc Shmuger e David Linde, contrataram Greengrass e Damon para mais um capítulo.

"More recently, Shmuger and Linde landed Paul Greengrass and Matt Damon for a fourth "Bourne" movie, even though the director and star seemed ready to wrap it up after three pics."

Desnecessário, no mínimo. A trilogia já estava tão boa assim... porquê fazer mais? O que é que lhe vão fazer? Dar-lhe uma pancada na cabeça para ele perder novamente a memória? Se até o raio do homem diz no filme que já se lembra de tudo... enfim, questões comerciais acima das artísticas. Mas isto é tão, mas tão desnecessário... até acabaram o último filme com um excelente remix do "Extreme Ways" do Moby...

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Persépolis em sessão especial no El Corte Inglês


Para os que, como eu, já anseiam por este filme há muito tempo (e são tantos os bons filmes agora em cartaz, tantos...).


"PERSÉPOLIS EM SESSÃO ESPECIAL
NOS CINEMAS UCI – EL CORTE INGLÈS

Para assinalar a estreia de PERSÉPOLIS já no próximo dia 21 de Fevereiro, a Midas Filmes vai organizar uma sessão especial à meia-noite de sábado, 16 de Fevereiro, nos Cinemas UCI – El Corte Inglês para os primeiros espectadores a querer ver em primeira mão a tão aguardada animação nomeada para um Óscar nessa mesma categoria. Na compra de um bilhete receberão um outro gratuito para a mesma sessão.

Recorde-se que o filme, realizado por Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, e baseado na obra autobiográfica de Satrapi, mergulha em 15 anos da história do Irão, da deposição do regime do Xá, em 1978 e tomada do poder pelos fundamentalistas islâmicos, passando pela guerra Irão-Iraque, e até 1993, momento em que a jovem heroína do filme, decide que, para ser livre e emancipada, tem que deixar o seu país natal.

A história de PERSÉPOLIS é-nos contada atrás dos olhos de Marjane, uma criança de 9 anos, que vive em Teerão no seio de uma família culta, não se separa dos seus ténis Adidas, tem Bruce Lee como seu herói pessoal e passa boa parte do seu tempo em longas conversas com Deus e Marx.

Com um delicado equilíbrio entre a tragédia histórica e a comédia familiar, e o drama e a sátira social, PERSÉPOLIS é exímio não apenas na sua abordagem delicada aos conturbados acontecimentos que assolaram o Irão neste período, mas também no olhar destemido que lança sobre temas como a liberdade e repressão, o preconceito e o fundamentalismo religioso, e a ignorância e a intolerância.


Saiba mais sobre o filme em www.midas-filmes.pt"

E mais uma vez (e eu que o diga, que tenho aqui a colecção Tarkovsky...), obrigado à distribuidora Midas!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Exemplar a todos os níveis



"Atonement", de Joe Wright, é um filme em que todos os aspectos trabalham em sintonia de forma a criar uma maravilhosa experiência cinematográfica. As interpretações são todas elas magníficas (está bem, Keira Knightley... desta convenceste-me...), a fotografia é belíssima, a banda-sonora é original (belo uso da máquina de escrever, que acaba por no final ter uma forte ligação à história) e excelente... e há a realização de Joe Wright. E aqui Joe Wright revela uma sensibilidade, uma atenção aos pormenores, uma imaginação narrativa e visual notável (aquele plano contínuo, por exemplo). De facto, em "Atonement" existem momentos em que estamos perante verdadeira poesia em movimento. Momentos emocionalmente poderosíssimos (aquele twist...), visualmente maravilhosos... momentos que são simplesmente tudo aquilo que adoramos no cinema.

Tudo isto para dizer que "Atonement" é um magnífico filme (poderá vir a ser um dos melhores do ano), merecedor dos prémios e das nomeações aos Óscares que tem vindo a receber.

Falta-me agora ler o livro. Já me disseram que esta é uma adaptação péssima... e sim, acredito que talvez seja. Como adaptação pode ser péssimo, mas como filme é brilhante.
E Vanessa Redgrave está arrebatadora... mesmo com tão pouco tempo no ecrã, a sua prestação é simplesmente espectacular.