sábado, maio 26, 2007

Piratas das Caraíbas: Nos Confins do Mundo

"You're mad!"
"Thank goodness for that because if I wasn't, this'd probably never work."



Chegou finalmente o muito aguardado final da (espero eu...) trilogia que tornou Johny Depp num dos mais famosos actores da sua geração, e ressuscitou um género que há muito estava morto. Os primeiros dois filmes foram de um enorme (e inesperado) sucesso, criando personagens carismáticas e uma trama complexa que chega agora ao fim com este "Nos Confins do Mundo", onde temos novamente Bill Nighy como um capitão metade lula, metade... outras espécies marinhas; Orlando Bloom como um rapazola qualquer que quer salvar a namoradinha; Keira Knightley como a namoradinha que quer ser pirata; Geoffrey Rush como um (excelente) pirata que passou de inimigo a aliado; Chow-Yun Fat como um (também excelente) pirata de Singapura; e Johny Depp como o incomparável Jack Sparrow. E no que é que resultam todas estas personagens, todas elas com os seus diferentes objectivos e história própria?

Tudo isto resulta no blockbuster perfeito. "Piratas das Caraíbas: Nos Confins do Mundo" é um magnífico blockbuster, que consegue de forma magistral desenvolver de forma perfeita todas estas personagens, dando-lhes uma conclusão mais que satisfatória, criando assim uma trama complexa que consegue ao mesmo tempo manter aquele tão característico humor dos dois primeiros filmes. Este será, muito provavelmente, o melhor blockbuster que veremos este ano.

Em praticamente três horas, temos uma história repleta de traições, revelações, humor e épicas cenas de acção. O argumento do filme é verdadeiramente excelente, já que consegue tratar todas as personagens com a devida importância, não havendo nenhuma cena desperdiçada ao longo de todo o filme. Os argumentistas sabiam em que direcção levar a história, sabiam a forma adequada de encaixar todas as pequenas peças do puzzle, e fizeram-no de forma exemplar. Isto resulta maravilhosamente com o estilo de Gore Verbinski (realizador dos três filmes), que além de saber exactamente onde colocar e como criar as cenas de acção, sabe também dar o tom perfeito a cada cena, seja ela dramática ou cómica. E temos ainda a maravilhosa equipa de efeitos visuais, criadores de cenários e batalhas (magnífico clímax final) que são verdadeiros festins para os olhos, além de darem ainda a caracterização perfeita a todas as personagens criadas por CGI, que se fundem perfeitamente com as personagens e os cenários reais.

Além de tudo isto, temos um maravilhoso elenco que aparenta estar a divertir-se ao máximo com as suas personagens. Chow Yun-Fat personifica um maravilhoso pirata, e aproveita ao máximo o tempo em que aparece no ecrã; Geoffrey Rush transpira estilo e pirataria por todos os poros; e o resto do elenco mantém a qualidade a que nos tem habituado (até aquele rapazolas do Orlando Bloom deixou de irritar tanto!).
E temos Keith Richards como pai de Jack Sparrow numa cena que é, numa única palavra, mágica.

De facto, todo o filme é mágico. Esta saga conseguiu criar uma complexa e única mitologia e uma trama complexa que fascina e maravilha o espectador. "Nos Confins do Mundo" não se leva demasiado a sério como fez o primeiro filme, e consegue ser mais profundo, mais elaborado, mais cómico, mais complexo, mais fascinante que o segundo.

É bom saber que ainda existem por aí filmes que conseguem ser, pura e simplesmente, excelente, magnífico enretenimento. Filmes que transportam o espectador para um novo mundo, que não se levam demasiado a sério (apesar de este terceiro capítulo ser, como já disse anteriormente, o mais profundo da trilogia, e conseguir manter de forma perfeita um nível de seriedade que o primeiro filme tentava possuir mas não merecia, e a que o segundo filme pura e simplesmente não aspirava), e que fazem o espectador sorrir mantendo ao mesmo tempo o seu cérebro activo.

"Piratas das Caraíbas: Nos Confins do Mundo" é o blockbuster perfeito. Um filme que sabe exactamente o que quer fazer e fá-lo de forma magistral. Uma excelente final para uma boa saga, que atinge o seu auge neste terceiro capítulo... e sejamos honestos: acerca de quantas trilogias podemos dizer isto?





8.8/10

quarta-feira, maio 16, 2007

Comovente

Magnífico. Simplesmente magnífico. É provável que a maior parte de vocês já o tenha visto, mas um vídeo assim vale sempre a pena relembrar (por mais emocionalmente poderoso que seja).

terça-feira, maio 15, 2007

Grandes momentos musicais

Um dos mais subvalorizados filmes da Disney. Fui vê-lo ao cinema tinha eu seis aninhos, e nunca me saiu da memória.






Magnífica banda-sonora de um magnífico filme que, na minha opinião, nunca recebeu o valor devido. Ahh, o que a Disney fazia antigamente... antes de ter ficado sem imaginação/talento e ter ganho aquela obsessão por sequelas que em nada se comparam aos originais.

sábado, maio 12, 2007

Bernardo Sassetti, dia 18 de Maio, em Faro




O grande Bernardo Sassetti (de quem eu fiquei fã, após ter visionado o magnífico "Alice) irá, num concerto em que também comemora o 10º aniversário do seu trio (Sassetti no piano, Carlos Barreto no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria), estrear em Faro a sua última composição musical, "Suite Para Dom Roberto", numa encomenda do Cineclube de Faro.

O concerto em questão será dia 18 de Maio, na 6ª feira, no Teatro das Figuras (Teatro Municipal de Faro), pelas 21h30.

Mais informações aqui http://www.cineclubefaro.com/web/programacao/default.asp?p=e&s=3f&d=05&yr=2007.

Tomei conhecimento deste concerto pelo comentário colocado pelo cineclube de faro no blog http://imagensperdidas.blogs.sapo.pt, na crítica feita a "Spider-Man 3".

Transcrevo aqui aquilo que foi colocado neste blog:

"Desculpe a intrusão, mas é o “desespero” a falar :-) a comunicação social dita respeitável não nos liga muito... e dado o seu interesse pelo tema...

enfim, fica a informação!

obrigado.
a direcção do CCF"

A direcção coloca de seguida no comentário a informação que eu coloquei no início deste post.

Mais uma vez, vê-se de facto o interesse da comunicação social pela arte portuguesa. Situações destas irritam-me. Toda a gente sabe do concerto da Beyoncé, mas não se fala do Bernardo Sassetti, um dos grandes artistas que o nosso país tem (o homem fez a banda-sonora do "Alice", pelo amor de Deus! Além das suas outras obras, é claro).

Esta comunicação social realmente de respeitável não tem grande coisa. O desinteresse da imprensa pela arte nacional (e internacional...) é algo que acaba, eventualmente, por ser reflectido no povo português, que continua a ir ao cinema ver qualquer coisa desde que não seja um filme português, e faz o mesmo com a música. Por estas e por outras, as bandas portuguesas e os artistas portugueses de que mais se fala são as Floribelas, os Dzrt, e os 4taste (mas será que nem sequer conseguem arranjar nomes de jeito para estas bandas?!). Têm mais publicidade, claro (e a culpa também é da juventude portuguesa, que não tem uma mentalidade aberta o suficiente para tentar ouvir coisas que não estejam na... "moda"... apesar de podermos afirmar que esta mentalidade é também ela própria fruto do desinteresse da imprensa do qual já falei).
Enfim... situãções destas irritam-me profundamente.


E raios quem me dera viver perto de Faro!

sexta-feira, maio 11, 2007

Spider-Man 3, de Sam Raimi


No meio de tantas teias, a aranha enrolou-se...



"Spider-Man 3" não é um fracasso. Não é um desastre. Longe (mas não muito) disso. Existe, de facto, uma forma perfeita de apreciar este filme. Algo que qualquer pessoa deve fazer, antes de entrar na sala de cinema. Se querem apreciar este filme pelo que é, há algo que devem fazer primeiro: baixem as expectativas. É essa a única forma. Tal como disse, o filme não é um desastre. Mas tendo em conta o segundo filme da saga... "Spider-Man 3" deveria ter sido mais.



Devo dizer que tinha baixas expectativas quando entrei na sala de cinema. A única coisa que ouvia era "blah blah três vilões blah blah venom blah blah um dos filmes americanos mais caros de sempre blah blah". Isto era algo que me assustava verdadeiramente. TRÊS vilões? "Homem-Aranha 2" resultou tão bem devido ao magnífico Alfred Molina, que criou um Doc Ock algo nobre e ameaçador, e devido a um argumento excelente que desenvolvia de forma maravilhosa a relação entre este vilão e o seu inimigo respectivo (Homem-Aranha, obviamente). Mas então... como é que iriam conseguir fazer isso com três vilões? Os meus receios confirmaram-se, e essa relação tão maravilhosa existente em "Spider-Man 2" não ocorre em "Spider-Man 3".

Este terceiro capítulo é uma salganhada. É um filme que tenta ser demasiado ao mesmo tempo, acabando no final por não ser nem metade daquilo que podia (e deveria) ter sido. A primeira meia-hora é, pura e simplesmente, DOLOROSA. Não há outra forma de o dizer. A estrutura narrativa é horrível, com demasiado a acontecer ao mesmo tempo de uma forma demasiado rápida. O espectador não é absorvido pela história... simplesmente é atirado para dentro dela. Durante estes trinta minutos, dei por mim a pensar "Mas... será que foi mesmo o Sam Raimi que realizou isto? Ou será que o homem seimplesmente enlouqueceu?".

Mas, felizmente, a história depois acalma. Encontra-se o (tão pouco desenvolvido) tema principal... nomeadamante, a importância do perdão e o lado auto-destructico da vingança. Um tema interessante, mas que pura e simplesmente não é tratado da forma como deveria ter sido. Mas enfim... a história acalma, as personagens começam a ser mais desenvolvidas... mas o tom não está correcto. Isto deve-se a dois terríveis problemas: a própria estrutura narrativa do filme e a sua forma incompetente de interligar cenas... e a banda-sonora. Falarei de duas cenas em particular, para ilustrar estes dois problemas (sem spoilers, é claro).



A primeira cena é sem dúvida, ainda assim, uma das melhores (senão mesmo A MELHOR) do filme.... o nascimento de Sandman. É um cena sensível, bem desenvolvida, que trata este vilão como se fosse... uma criança, que dá agora os seus primeiros passos num mundo novo. A banda-sonora é também ela sensível, adequada... até ao final. No final da cena, quando Sandman adquire finalmente a forma humana e se levanta do chão, a banda-sonora toma de repente um tom negro, ameaçador... e o espectador fica confuso. Afinal de contas, aquela cena deveria ter sido bela ou asustadora? E será que Sandman é um simples vilão... ou algo mais? A banda-sonora acaba por estragar o final da cena, que poderia ter sido perfeita se o tom tivesse sido mantido do princípio até ao fim. A banda-sonora difere (pela negativa) da dos outros dois filmes. Danny Elfman decidiu abanadonar o lugar de compositor desta saga, após alguns conflictos com Sam Raimi que ocorreram durante "Spider-man 2". O lugar foi ocupado por Christopher Young, compositor de tais obras-primas como "Species - Espécie Mortal", "Ghost Rider", "The Core - Detonação", e ainda do simplesmente brilhante "A Mosca II" (um filme que ainda me causa repulsão, só de falar nele... como se atreveram?). Christopher Young cria uma banda-sonora simples, repetitiva, e banal.

A segunda cena de que quero falar é a do grande climax do filme. Um enorme batalha, com gigantescos efeitos visuais, e sem dúvida a mais elaborada da saga em termos de cenários e número de personagens. Durante esta batalha, a acção é interrompida para um comic-relief que envolve JJ Jameson (a mais cómica personagem da saga, sem dúvida) e uma rapariguinha com uma máquina fotográfica. A cena tem a sua graça... mas o que é que está ali a fazer? Será que o público se deveria mesmo rir no meio de uma batalha daquelas? Num lado temos uma jornalista a gritar "Oh! The brutality!" (oh! a originalidade desta linha de diálogo!), e no outro temos o Jameson com um comic-relief... qual era o tom que o Sam Raimi queria criar, exactamente? Que deve sentir o público, perante esta batalha final?

Problemas deste género acontecem constantemente. Aliados a um argumento repleto de clichés (o herói a chorar com o nascer-do-sol por trás?! Mas que raio?!) e de coincidências (a simbiose cai, sabe-se lá donde, mesmo perto do Peter.... que conveniente... mas não tão conveniente como ter Flint Marko, o vilão do filme, a cair acidentalmente num laboratório (que, por acaso, até era ao ar livre.. pois, estas medidas de segurança...) no preciso momento em que se vai realizar uma anorme experiência que pode ter gaves consequências para o ser humano (nomeadamente, transformá-lo num ser que se pode converter em areia)... e no meio de todas estas coincidências, ainda há aquele mordomo... enfim...), e um Tobey Maguire com alguns problemas em fazer conseguir sair as lágrimas necessárias e que acaba por dar "simplesmente" mais do mesmo ao espectador, "Homem-Aranha 3" acaba por não ser nem metade daquilo que poderia ter sido.

Mas volto a dizê-lo: o filme não é um desastre. Para contrabalançar todos estes problemas, temos uma Kirsten Dunst inspirada (de facto, a história de Mary Jane foi desenvolvida de uma forma extremamente competente neste filme), e um James Franco que pode finalmente fazer alguma coisa com a sua personagem (um Harry Osborn com desejos de vingança... desejos esses que podem finalmente ser executados). E além disso... há as cenas de acção, todas elas bastante elavoradas e cheias de adredalina. Mas note-se o seguinte: "Spider-man 2" tinha apenas duas ou três grandes cenas de acção... e "Spider-man 3" tem provavelmente o dobro. "Spider-Man 2" foi um excelente filme ( o terceiro melhor filme de super-heróis jamais feito, logo a seguir aos dois "Batman", do grande Tim Burton)... "Spider-man 3" fica-se por ser bom entretenimento.

O filme, no geral, resulta. Entrei na sala de cinema com baixas expectativas, e saí do filme impressionado (quer dizer... impressionadito...). É um grande blockbuster, acima da média, com excelentes cenas de acção, alguns bons momentos de humor e... entretém. Por mais falhas que lhe encontre, não posso negar que o filme me entreteu. Algumas cenas verdadeiramente bem conseguidas (volto a dizer que gostei bastante da forma como desenvolveram as personagens de Harry Osborne e Mary Jane), excelentes efeitos visuais (apesar de, ainda assim, seria de esperar mais de um filme com este orçamento...) e, no geral, é bom entretenimento. Não há outra forma de o descrever. Levem alguns amigos, um balde de pipocas... e baixem as expectativas.

Porque, afinal de contas, este filme é apenas bom entretenimento... e nada mais.




6.5/10